Política

Senador Omar Aziz diz que Hospital de JHC foi superfaturado; prefeito pagou R$266 milhões

Superfaturamento e omissão de consulta pública levantam questionamentos sérios sobre aquisição de equipamento de saúde

Redação 27/04/2024
Senador Omar Aziz diz que Hospital de JHC foi superfaturado; prefeito pagou R$266 milhões

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem direcionou seus holofotes para uma suspeita alarmante de superfaturamento envolvendo a aquisição de um hospital de alta complexidade pela gestão do prefeito JHC, em Maceió. Este caso, apoiado por robustos recursos provenientes das indenizações da Braskem, reflete preocupações crescentes sobre as práticas administrativas sob a atual prefeitura.

Na sessão da terça-feira (23), revelações pelo procurador-geral do município, João Luis Lobo Silva, indicaram que, do montante de R$ 1,7 bilhão negociado com a Braskem, R$ 950 milhões já foram desembolsados, sendo R$ 260 milhões destinados exclusivamente à compra do hospital. Esses números, por si só, levantam sobrancelhas quanto à razoabilidade dos valores envolvidos.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, expressou incredulidade e insatisfação com o montante exorbitante pago por um hospital que, segundo ele, não se alinha às responsabilidades primordiais de atendimento básico do município. A comparação feita pelo senador Otto Alencar (PSD-BA) com um hospital similar na Bahia, que custou significativamente menos, apenas intensifica as suspeitas de uma disparidade injustificável nos custos, apontando para uma gestão questionável de recursos públicos por parte da prefeitura de JHC.

Além disso, a falta de uma consulta pública prévia à aquisição, especialmente considerando que o hospital foi financiado com fundos indenizatórios de um desastre ambiental, configura uma grave omissão que ignora as vozes das principais vítimas afetadas. Essa prática não apenas transparece uma falta de transparência e responsabilidade, mas também sugere uma desconexão preocupante entre a prefeitura e a comunidade que ela serve.

Em defesa, a prefeitura alega que a aquisição seguiu os trâmites legais e estudos de viabilidade. Contudo, essa defesa parece frágil diante da exigência do senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da CPI, por mais clareza nas contas e na aplicação dos recursos. A promessa de transparência futura, embora necessária, não compensa a aparente precipitação e possíveis sobrepreços deste acordo.

Este caso, ainda em investigação pela CPI, destaca uma necessidade urgente de maior fiscalização e responsabilidade na gestão dos recursos municipais, especialmente em projetos financiados por compensações de grandes calamidades. A população de Maceió e os observadores continuam à espera de respostas convincentes e ações concretas que assegurem a integridade na administração pública.